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México responde à China: tarifa de 50% para preservar sua indústria automobilística

O governo do México anunciou que vai elevar de 20% para 50% as tarifas de importação sobre automóveis provenientes da China e de outros países asiáticos que não mantêm acordos de livre comércio com o país. A medida faz parte do Pacote Econômico 2026, apresentado pela presidente Claudia Sheinbaum e pelo secretário da Economia, Marcelo Ebrard, com o objetivo declarado de proteger empregos locais e salvaguardar a indústria automotiva mexicana.

Segundo Ebrard, esses veículos asiáticos entram no mercado mexicano por preços abaixo do que o governo chama de “preços de referência“, prática que, em sua visão, impõe uma competição injusta — sobretudo em regiões com forte presença industrial. A proposta de lei já foi enviada ao Congresso, que precisa aprová-la para que as novas tarifas entrem em vigor. Se confirmada, a medida entra em vigor 30 dias após a aprovação.

O impacto estimado é significativo: cerca de US$ 52 bilhões em importações serão afetados. Além do setor automotivo, mais de 1.400 categorias de produtos, incluindo têxteis, aço, vestuário, motocicletas e vidro, também podem ver aumentos tarifários de 10% a 50%, dependendo do caso.

A China reagiu formalmente ao anúncio. Por meio do Ministério do Comércio, Pequim classificou a proposta como medida coercitiva que viola seus interesses econômicos legítimos. O governo chinês manifestou preocupação de que a decisão pudesse prejudicar a confiança dos investidores e afetar a cooperação comercial entre os dois países.

Apesar da retórica contra a China, as autoridades mexicanas afirmam que a decisão não se trata simplesmente de alinhamento com as pressões dos Estados Unidos, mas de uma política industrial preexistente, parte de uma estratégia de fortalecimento interno. A presidente Sheinbaum ressaltou que o México não busca conflito” e que irá dialogar diplomaticamente com embaixadores dos países impactados antes da implementação plena das tarifas.

A decisão mexicana ocorre num momento de tensão comercial global, com os EUA pressionando seus vizinhos latino-americanos a restringirem laços econômicos com a China, particularmente em setores estratégicos como o automotivo.

Para o México, isso representa uma oportunidade de reforçar sua indústria manufatureira — especialmente em estados como Nuevo León, Jalisco, Estado do México, Querétaro e Cidade do México, que concentram produção automotiva e montagem de peças. Estima-se que cerca de 320 mil empregos estejam em risco se medidas de proteção não forem adotadas.

Por outro lado, aumentos tarifários tão altos tendem a gerar efeitos colaterais: inflação sobre veículos importados, possíveis retaliações comerciais por parte da China e impacto sobre marcas chinesas presentes no México, como BYD, MG, Chery, Changan, entre outras. Algumas empresas que importam modelos chineses ou dependem de peças chinesas para montagem local podem ver seus custos subirem bastante.

Também há risco diplomático. A China já sinalizou que pode adotar contramedidas em resposta ao México. A dependência de investimento externo, de peças e de cadeias globais reduzidas pode tornar o México vulnerável a pressões subsequentes, inclusive pela via comercial ou tecnológica.

Fonte: https://danuzionews.com/post/mexico-responde-a-china-tarifa-de-50-para-preservar-sua-industria-automobilistica

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