Não foi apenas a Anfavea que criticou abertamente as regras que incluem o setor automotivo no Imposto Seletivo.
Presidentes de algumas montadoras engrossaram o coro contra a proposta que entrará em votação no Senado na próxima semana.
Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul, fez duras críticas ao possível aumento tarifário.
“Estamos sendo comparados a outros setores (bebidas alcóolicas e cigarros estão no mesmo grupo dos carros) que geram problemas. Investimos centenas de bilhões de reais para fazer a maior transformação tecnológica da história do Brasil, e como reconhecimento ganhamos mais um imposto?”, questionou, durante o evento Summit Futuro da Mobilidade, realizado pela “Autoesporte”.
Emanuele Cappellano, CEO da Stellantis América do Sul, disse que a proposta é contraditória.
“O imposto é um pouco contraditório porque pode trazer problemas. Pode estimular, por exemplo, a poluição pelo reúso de carros mais antigos. Vai contra a tendência de programas como o Mover”.
Diego Fernandes, diretor operacional da GWM, seguiu raciocínio semelhante.
“É difícil entender o sentido (do Imposto Seletivo). É óbvio que os veículos geram impacto não positivo (ao meio-ambiente), mas é igualmente óbvio que se realizam investimentos para minimizar esses impactos”.
A proposta original do governo não estipula um limite para o chamado imposto do pecado para veículos. Segundo a associação, sem um limite, o tributo pode começar em 10% e chegar a 35%.
Nesta semana, a Anfavea sugeriu que o Imposto Seletivo tenha um teto de 5%.
“O governo prometeu um imposto regulatório e corremos o risco de ter uma nova base de tributação em patamares elevadíssimos, o que pode encarecer os automóveis, penalizando os consumidores”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.
A associação está fazendo lobby no Senado Federal para que a casa aprove a emenda do senador Carlos Viana (Podemos-MG) ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, que regulamenta a Reforma Tributária.
O presidente da entidade diz que a Anfavea percorreu o gabinete de mais de 40 senadores em dois dias.
Fonte: https://www.automotivebusiness.com.br/noticias/montadoras-apoiam-anfavea-critica-imposto-seletivo