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Califórnia proíbe a venda de carros a combustão a partir de 2035; decisão pode influenciar o mercado automotivo global

Atualmente, 12% dos veículos circulando na Califórnia entram na lista dos carros de ‘zero-emissão’

 

O governo da Califórnia anunciou nesta quinta-feira, 25 de agosto, uma mudança que pode impactar toda a indústria automobilística em meio a transição para os veículos de emissão zero. O estado americano quer barrar as vendas de carros novos a combustão a partir de 2035 para reforçar o combate às mudanças climáticas, uma vez que os veículos a gasolina são as principais fontes de gases de efeito estufa.

Também há metas que devem ser cumpridas já nos próximos anos. Para 2026, por exemplo, o índice de carros elétricos vendidos no estado deve subir para 35% e 68% até 2030.

Segundo o The New York Times, trata-se do único governo do mundo a adotar a regra como lei até aqui. Ainda que países como o Canadá, Reino Unido, França, Espanha e Dinamarca, também já tenham traçado as suas metas de eliminar a venda de veículos novos a combustão, o que deve acontecer entre 2030 e 2040.

Com grande participação e influência no mercado automotivo não só americano como mundial, a decisão é um marco importante, visto que outros governos podem seguir a iniciativa em breve. Conforme a reportagem do jornal americano, é esperado que pelo menos 12 estados acompanhem a mudança, entre os principais estão: Nova York, Pensilvânia, Washington, Nova Jersey e Colorado.

No fim, é esperado que ao menos um terço do mercado automotivo americano seja afetado pela lei.

Nova legislação climática nos EUA

Vale ressaltar que a Califórnia anunciou a medida logo após o presidente Biden aprovar uma nova legislação climática nos EUA que prevê a injeção de US$ 370 bilhões em apoio aos programas de energia limpa e US$ 14 bilhões em incentivos fiscais para quem comprar carros elétricos novos ou usados.

Tudo indica que a ideia é associar os projetos federais às novas regras anunciadas na Califórnia. O que já era previsto pelo governo Biden, que também afirmou que seriam necessárias políticas mais rígidas para atingir o objetivo.

O que dizem as montadoras

General Motors, uma das gigantes do mercado americano, já havia confirmado no ano passado que não deve produzir mais veículos a combustão até 2035. Já a Ford, acaba de dispensar três mil funcionários, a maioria ainda atuava em projetos de carros a combustão.

A montadora também visa investir nos elétricos e já se comprometeu a divulgar em breve os seus planos de eletrificação.

Para John Bozzella, presidente da Alliance for Automotive Innovation, entidade que representa grandes montadoras que atuam nos EUA, a mudança será desafiadora. O executivo citou que alguns fatores serão decisivos para entender se o projeto é “realista e alcançável”, entre eles estão: a inflação, a infraestrutura de recarga, mão de obra, disponibilidade e preços de minerais e a escassez de semicondutores, que segue afetando diversos setores da indústria.

Segundo o executivo, a Califórnia precisa se preocupar ainda em impulsionar a capacidade dos EUA de obter minerais como o lítio e o cobalto, essenciais para a fabricação de baterias. Dessa forma, seria viável oferecer veículos elétricos por um preço mais baixo ao consumidor, aquecendo o mercado de EVs.

E no Brasil, como andam os planos de descarbonização automotiva?

Uma saída, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é a aposta nos biocombustíveis. A fabricação e a venda de motores a combustão para países em desenvolvimento também continuará em alta no futuro, já que muitos não vão conseguir migrar tão rápido para os carros totalmente elétricos.

Outro desafio para o mercado automotivo nacional é o custo dos EVs e principalmente das baterias.

Em 2021, a associação também apresentou o “ANFAVEA: O Caminho da
Descarbonização do Setor Automotivo”, um estudo que revela o que esperar da motorização veicular do Brasil no futuro considerando a realidade do país.

Dentre as conclusões, ficou claro que o Brasil precisa se integrar aos esforços para reduzir a emissão de gases, o que já é realidade na indústria automobilística global. Dependendo das medidas adotadas por aqui, é esperado que os veículos leves eletrificados respondam por 12% a 22% das vendas em 2030 e de 32% a 62% em 2035. Hoje, como comparativo, esse índice é de apenas 2%.

Resultados que ainda vão depender de um investimento estimado de R$ 150 bilhões pelos próximos 15 anos em tecnologia e infraestrutura.

“É hora de unir esforços de todos os setores envolvidos com a cadeia de transporte terrestre no país e de todas as esferas do poder público para definir o que queremos. Só com essas definições de metas é que os investimentos corretos poderão ser feitos, colocando o Brasil em um caminho global que não tem mais volta, o da redução das emissões dos gases de efeito estufa”, avalia Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, no fim da análise realizada pela entidade.

 

Fonte: https://olhardigital.com.br/2022/08/25/carros-e-tecnologia/california-proibe-venda-carros-combustao/

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